Rios intermitentes
Dois rios de água morna, cada um brotando de sua nascente castanha, correndo pelas maçãs e desaguando naqueles lábios rubros. Lábios mal acostumados com o doce do amor e que agora se embriagam no sal desses rios. Rios caudalosos, rios intermitentes, mornos e salgados. Rios oriundos do coração.
Um coração que fora do inferno ao céu e agora arremessado ao purgatório. Coração pesaroso, ainda mais aturdido pelo limbo da mente. Nada é certo. Nada está certo. Há algo que não parece bem. Mas o que? O que, eu lhe pergunto. O que? Não sei. Ninguém sabe.
Não esmoreças meu caro coração, divido contigo a fúria desses rios, te apoio em meus ombros, caminharei ao teu lado para que te livres do limbo. Lembra-te que não te falta amor. Pode ser diferente daquele que querias, mas sempre terás o meu amor. Se as lágrimas são cálidas, há uma fonte de calor dentro de ti. Então deixa essa chama aquecer teu sangue e luta pelo que é melhor pra ti. Sê feliz!