O Carrasco e o Carro de Boi

Sob os gritos do carreiro, com o chicote na mão, O boi arranca com força, derrama o suor no chão, na barroca ecoam os gritos de um carrasco sem coração.

O patrão explora o boi
Dos capangas quer produção,
O trabalho é duro e pesado
Lembra o tempo da escravidão.

O carroção de madeira
Deixa as marcas no estradão,
Com suas rodas maciças gemendo
Muito longe chama atenção.

Quando chega no atoleiro
O boi anda no cotucão,
O varão tem um prego na ponta
E o carreiro não tem coração.

O machado judia dos braços
Muitos calos ardem nas mãos,
Lá na mata tem muitos capangas
Transformando a floresta em carvão.

Mas o tempo cobrou com a vida
Um passado de judiação,
O ódio e a ganância que tinha
Fez parar o seu coração.

Todo o rancor que existia
Num instante em seu peito explodiu,
Nunca mais se falou do carrasco
Nuinca mais o seu grito se ouviu.

O tempo passou depressa
Novamente a floresta cresceu,
Só as tristes lembranças ficaram
Na memória de quem la viveu...


 
João Luis de Oliveira
Enviado por João Luis de Oliveira em 11/05/2016
Reeditado em 11/01/2018
Código do texto: T5632450
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.