Toinha está na sala de casa
Para cantar ladainha
Junto com sua irmã alcoviteira
Costurando bainha
Ela mora na ribanceira
Fala sem constrangimento
Que para não morrer solteira
Vai arrumar um casamento.
Matraca é um papagaio assanhado
Que mora no quintal da rezadeira
Falando conversa fiada,
Voando para cumeeira.
Soltando gargalhada
Sem eira e nem beira.
O cachorro da fulana
Tem o pelo cor de prata
Ataca as galinhas do quintal
Ela fica estupefata
Muito fula da vida
Com quem o chama de vira-lata.
No terreiro da tal mulher
Tem um pé de jenipapo
Tem cabaça e graviola
Tem laranja e acerola
Abacate e açaí
Tem cana-caiana Araçá e murici
Touceira de banana
Taperebá e sapoti. .
A casa é pintada de amarelo
O chão de solo batido
Tem romance e cordel
Tem barulho e alarido
Serrote, torquez e martelo
Rádio com chiado e ruído.
Lá de tudo tem um pouco
Farinha d’água, cuscuz e cajá
Tigela, tacho e alguidar
Tem porco na engorda
Tabaco de corda
Farofa de coco
Peixe pegado no puçá.
No alpendre da casa da melindrosa
Tem um curió cantador
Tem marreco no terreiro
Tem um galo trepador
Um extenso galinheiro
Pequeno jardim de flor. .
A mulher usa saia plissada
Na cabeça um lenço rosado
Ouve o canto da passarada
Ralha com o moleque apressado
Esbanja felicidade
Por ter Deus ao seu lado
Detesta a falsidade.
Um vizinho da donzela
Interesseiro pra danar
Ao passar em sua janela
Se põe a cantarolar
Jogando xaveco pra ela
Querendo lhe conquistar.
A moça é experiente
Não amolece o coração,
É filha de Manoel Vicente
Alfaiate da região
Menina de boa educação
Com suas roupas coloridas
Chama bastante atenção.
Certo dia na praça principal
Da cidade altaneira
Alguém dela se aproximou
Perguntou-lhe qual sua graça primeira
E seu jeito elogiou
Disse-lhe ser muito formosa
Seu coração quase parou
Dedicou-lhe uma prosa
Nem sabendo se rimou.
Ela se chama Antônia Miranda
Quer arrumar um casório
Para garantir seu futuro
Foi até lá no cartório
Pra sair de cima do muro
Prometeu à mãe Coló
Que não quer ficar solteira
Afirma a rezadeira
Que vai sair do Caritó.
Para cantar ladainha
Junto com sua irmã alcoviteira
Costurando bainha
Ela mora na ribanceira
Fala sem constrangimento
Que para não morrer solteira
Vai arrumar um casamento.
Matraca é um papagaio assanhado
Que mora no quintal da rezadeira
Falando conversa fiada,
Voando para cumeeira.
Soltando gargalhada
Sem eira e nem beira.
O cachorro da fulana
Tem o pelo cor de prata
Ataca as galinhas do quintal
Ela fica estupefata
Muito fula da vida
Com quem o chama de vira-lata.
No terreiro da tal mulher
Tem um pé de jenipapo
Tem cabaça e graviola
Tem laranja e acerola
Abacate e açaí
Tem cana-caiana Araçá e murici
Touceira de banana
Taperebá e sapoti. .
A casa é pintada de amarelo
O chão de solo batido
Tem romance e cordel
Tem barulho e alarido
Serrote, torquez e martelo
Rádio com chiado e ruído.
Lá de tudo tem um pouco
Farinha d’água, cuscuz e cajá
Tigela, tacho e alguidar
Tem porco na engorda
Tabaco de corda
Farofa de coco
Peixe pegado no puçá.
No alpendre da casa da melindrosa
Tem um curió cantador
Tem marreco no terreiro
Tem um galo trepador
Um extenso galinheiro
Pequeno jardim de flor. .
A mulher usa saia plissada
Na cabeça um lenço rosado
Ouve o canto da passarada
Ralha com o moleque apressado
Esbanja felicidade
Por ter Deus ao seu lado
Detesta a falsidade.
Um vizinho da donzela
Interesseiro pra danar
Ao passar em sua janela
Se põe a cantarolar
Jogando xaveco pra ela
Querendo lhe conquistar.
A moça é experiente
Não amolece o coração,
É filha de Manoel Vicente
Alfaiate da região
Menina de boa educação
Com suas roupas coloridas
Chama bastante atenção.
Certo dia na praça principal
Da cidade altaneira
Alguém dela se aproximou
Perguntou-lhe qual sua graça primeira
E seu jeito elogiou
Disse-lhe ser muito formosa
Seu coração quase parou
Dedicou-lhe uma prosa
Nem sabendo se rimou.
Ela se chama Antônia Miranda
Quer arrumar um casório
Para garantir seu futuro
Foi até lá no cartório
Pra sair de cima do muro
Prometeu à mãe Coló
Que não quer ficar solteira
Afirma a rezadeira
Que vai sair do Caritó.