Infinitamente azul
Tenho em minhas mãos o azul das tuas, o azul do beijo e da aurora, o azul das incontidas manhãs nuas. Tenho em minhas mãos o azul da tua pele a tremer de ausência e regresso, o azul do vento que traça o horizonte de azul como um feixe repleto de azul dentro do peito. Tenho em minhas mãos o azul das tuas mãos e o azul das tuas coxas e do teu delírio, por onde o oceano ondula e geme a recolher o azul dos teus sentidos nos meus. Tenho em minhas mãos nossos corpos a escrever de azul o habito em nós escancarado de azul, infinitamente azul.