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Algumas tardes pegando sol passam mais que outras. Tardes de verão são quentes demais, e as de inverno curtas de mais. Nas de primavera estamos embriagados dela, e as de outono. Essa estação é tão bonita, temos a lembrança viva do verão, como se segurássemos ainda o calor em nossos corpos, mas também conhecemos o frio. Estamos em contato com as duas partes da dualidade. Ah, o equinócio. Os meios termos. Me interessam os extremos, mas me incomoda que enquanto um me toca o outro está distante. O outono é uma fantasia pra mim, que vivo dividido: Ter as duas partes, o frio e o calor, cada um existindo à sua forma e tempo. É só saber o momento certo de sair na rua. Sinto minha alma gritando "estou vivo!" quando, sem dormir em casa, dou uma volta pela cidade, aquecido pelo sol e gelado pelo ar.