Sem arrependimentos!
Não gemo chorosas lágrimas, pelo que fiz, pelo arrependimento do que vi, ou mesmo disse, nem pelo perfume das rosas que ficaram abandonadas num qualquer canteiro de um jardim que não conheço. Tão pouco soluço sussurrando perdões por atitudes tidas e atos irrefletidos, não lamento o cheiro da terra molhada nas primeiras chuvas de setembro que perdi, apenas por ter as narinas impregnadas com o perfume do teu corpo. Não lamento as deprimentes palavras chutadas em arremesso nas altercações por um nada sem importância, jamais me arrependerei dos erros cometidos que me fizeram crescer, nem tão pouco me arrependo do tempo roubado ao descanso e ao ócio do tempo em que nada foi feito, tão pouco de ter perdido na memória o cheiro da goma do fato que naquele outro dia enverguei, em mim recordo apenas o cheiro da flor da laranjeira, e o doce odor da tua pele. Não, não me arrependo do que fiz, mas do tudo o que deixei por fazer…
Textos dispersos - I