Das linhas
Eu vi de longe uma linha, uma do tipo a que eu pisava. Eu quis ser um pouquinho mais de alguma coisa e fui até à outra linha, não que fosse assim tão perto... De lá, eu reparei que logo atrás de onde eu estava antes, havia outra linha, e mais outra, e mais outra... Eram muitas linhas, são. Algumas mais fininhas outras mais densas... Olhando de longe, elas formavam um desenho bonito, assim, diferente... Entre elas tinha umas flores, uma poeira meio prateada que parecia que tinha caído da lua, tinha umas pedras feias, bem feias, não vou negar, mas o conjunto era bom de ver...
Agora eu já tô n’outra linha (uma das densas), não sei quando eu chego à próxima, mas eu vou indo, olhando pra trás de vez em quando, vendo graça nos desenhos, vendo graça na poeira, vendo graça até em mim, enquanto na minha cabeça há linhas que ultrapasso com os pés e há tantas outras coisas que ainda não toco com as mãos...