Prisão da minha alma
Na parede escura do quarto vejo o mundo, mundo que nunca poderei viver. Na minha parede de cimento e tijolos conto os dias. Com minhas unhas ponto a ponto, traço os dias que me restam.
Aqui não há aniversários para se comemorar, aqui na escuridão onde me encontro sem amarras, nem grades, não há sorrisos, nem sol. Já ouvi dizer que o Sol é uma luz dourada poderosa,que aquece o corpo de dentro para fora.
Tento imaginá-lo. Finjo saber de tudo que não vejo, e o que sei aprendo ouvindo pela parede gelada de meu esconderijo de ilusões onde vivo dia-a-dia à sofrer por coisas que estão no passado de minha mente. Sou prisioneira de mim, sou presa aos meus carmas, às minhas escolhas.
Sinto frio que não posso aquecer pois o verdadeiro calor de meu corpo doei para alguém que prometeu me libertar.
Agora sei que jamais me libertarão, pois todos estão enclausurados em suas prisões frias,escuras e sombrias. Lembro como num filme sem cor, meu passado puro, sem prisões. Ali só havia risada e alegria que vinha de tão pouco, hoje sinto que minhas alegrias estão distorcidas como se a minha corrupção assombrasse e aprisionasse minha alma dentro de um corpo que um dia foi meu.