Viagem a Ouro Preto
Nada me custa
nesta vida que não seja
a liberdade
Donde de terras há pouco conhecidas
soube eu, ainda aprendiz na vida,
que jovens de tempos idos
tombaram por justa premissa.
Quisera um dia eu saber
que as lutas e batalhas travadas,
fossem elas ainda nascentes,
pudessem despertar o sonho
de desejosa liberdade.
Porém, posto que o império
não suporta tais disparates,
armou sua soldadesca armada,
e não mais disposto à derrota,
é a Devassa que implanta sem piedade.
É dessa busca por calar quem a ela se opõe,
que a Realeza não cessa em mostrar-se impiedosa
E já tomada de todo seu mister,
sob tortura e os mais vis tormentos,
constrói em praça pública
o patíbulo que fará Justiça.
Não satisfeita com o resultado alcançado,
manda picar o corpo daquele que lhe fez ofensa
Braços e pernas e cabeça espalhados
para que todos saibam que o poder real
não deve ser contestado
E dessas caminhas que há pouco terminei,
chego em minhas terras, metrópole amada e saudosa,
reforçado que a luta se faz necessária,
Porém se hoje não há a guardiã imperial armada,
manda o poder seus soldados bombas lançar
E das lições que de jovens nativos ouvi,
trago de suas palavras a viva história
que o poder esconde como tesouro particular,
Pois se o povo desconhece os caminhos da liberdade,
para o poder é tudo que lhe apraz.
Ouvir os nativos e suas lições
são dádivas que a escola oficial guarda à sete chaves.
Chego em minhas terras, porém, sem esquecer
o que de lá ouvi, me faz agradecido pela caminhada feita.