Dracmas
Era seguidora de Florbela. Apressava-se em sentir Amor.
Desesperadamente. Queria devorá-lo inteiro numa mesma mordida. Nada lhe curava o anseio ou lhe corrompiam os excessos das grandes paixões. Quase passou pela vida ensaiando encontrar a realidade dos grandes romances existencialistas-melancólicos de Allen e Trier. Até o dia que deparou com os olhos dele, lascivos de carma e redenção: "Vivazes, libertários". Um roteiro bem escrito pelo (não) destino. Afetados pela inconstância cronológica que lhes fora imposta, morriam, ainda vivos, entre esperanças e tantos medos. Tão semelhantes e tão opostos. A perfeita-doce-fatídica-obra-do-(des)Amor. Para sempre sem antídotos, quanto haveriam, ainda, a pagar?