A efemeridade nossa de cada dia
É assim, a certeza de que tudo é efêmero
Vidas que se cruzam e se unem as nossas vidas
E em um piscar de olhos partem levando um pedaço de nós
Lembranças, saudades, vicissitudes as vezes necessárias
Indignados corações reclamando no ócio de amar
Ninguém fica saciado, sempre um pedaço de nós faltando
A sorte, se assim podemos dizer
Muito mais que ter amado, é saber que crescemos
Amadurecemos com o sofrimento
Ninguém nos tira essa riqueza de sentimentos
Hoje pode doer a saudade, amanhã ficamos mais fortes
E se tudo que vivemos não serviu para engrandecer nossa alma
Com certeza serviu para deixar uma marca na vida
E se essa marca foi na vida de alguém
um pequeno fragmento de nós foi agregado ao infinito
Dentro de tudo que é efêmero, existe a esperança
Existe esse sentimento de acreditar que algo bom acontecerá
Ninguém em sã consciência deseja uma vida de sofrimentos
Todos esperam dias melhores, ainda que não sejam para sempre
Resta acreditar que a efemeridade não pode alcançar tudo
Ou dar os ombros para o fim e se agarrar a qualquer pequena eternidade
Dizemos que nada nos basta, somos insaciáveis
Amor, amizade, prazer, esperança e com tudo queremos nos embriagar
Esperamos que ao abrir os olhos, tudo mude
Sempre queremos que o sonho perdure
Corremos para longe dos pesadelos mais insanos
Unimos nossas forças pelo fim de todas as guerras
Retalhamos a mentira com um brado de verdade
Isso que tanto tememos, a efemeridade das coisas
Deixamos preso bem no fundo do nosso subconsciente
Amanhã acordamos e vamos à luta
Ontem será superado por um dia melhor que é hoje
Tememos que as palavras acima sejam utopias
Estamos sempre correndo e inflando nossos egos
Muito mais que viver, tentamos nos enfeitar para os outros
Pouco conseguimos ser do que realmente somos, não somos
Ou suplantamos as vaidades, ou as máscaras nunca nos servirão...
Paulo Silva dedicado a tudo que é efêmero