Solidão.

Quando perguntarem pôr mim, digam-lhes que meu corpo está sem espirito,entorpecido desta fúria nefasta e que a solidão insiste em pertencer.

Quando perguntarem, se for poesia, diga que hoje me recolhi ao vazio, se for amigos meus; digam-lhes que não estou. Ah, mas se for a minha amada, apressem os passos e se eu tiver adormecido, despertem-me rapidamente, pois a amada não pode esperar ...

Mas se não for ela, deixem-me recolher novamente, sem mesmo saber quem me procura.

Não me chamem para nada: Telefone, tempestade, maremoto ou qualquer sinal de fim dos tempos.

O meu quarto é o meu mausoléu. Deixarei as luzes apagadas, portas e janelas fechadas, para não correr o risco de ser incomodado, nem pelo ensurdecedor ruído do meu próprio pensamento ...

Rio de Janeiro, 03 de Outubro de 2006.

Natomarkes.