Vou me embora para Maratham
Vou-me Embora pra Maratham
Prosódia de "Vou para Passagarda"
de Manuel Bandeira
( Canto do Zartino em memória ao pedacinho do céu dele, um pouquinho meu também, Defranco)
Vou-me embora pra Maratham
Lá sou amigo do rei
Lá tenho o cavalo que eu quero
No melhor arreio
Vou-me embora pra Maratham
Vou-me embora pra Maratham
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
Onde o canta o Anú Branco inconsequente
Como se de sabiá fosse parente
E como não farei ginástica
Andarei de bicicleta até Arapongas
Montarei em burro brabo
Não subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de açude
E quando estiver cansado
Com vontade de trabaiá
Deito na beira do rio
Esperando a vontade passá
Vou-me embora pra Maratham
Na Maratham não tem tudo
É fora civilização
Não tem WhatsApp
Tem sol à vontade
Tem primas bonitas
Pra a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Ao canto do Anú Branco
Der vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei o cavalo que eu quero
No arreio escolhido
Vou-me embora pra Maratham
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que o Anú Branco canta
Como se do Sabiá contraparente
Montarei em burro brabo
Não subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de açude
E quando estiver com vontade de trabaiá
Deitarei na beira do rio
Esperando a vontade passá
Vou-me embora pra Maratham
Em Maratham não tem tudo
É fora a civilização
Tem primas bonitas
Para a gente namorar
Vou-me embora pra Maratham
Pra nunca mais vortá.