Amor que imita a TV
Amor que só existe em mim, nos meus cadernos cheios de rabiscos e setas para cima, só existiu nas músicas que viviam no repeat. É o amor que na verdade eu crio todas as manhãs nas aulas, enquanto escrevo pequenas frases nas páginas finais do meu caderno. Pensei que esse amor fosse uma criação adolescente, fim de ensino médio, época de vestibular, o cenário dramático favorecia o seu crescimento, mas não, esse amor inventado tem vida própria, é um sobrevivente e se adapta aos diferentes ambientes, às situações que detonam amores reais.
No fim, o amor inventado, antes, durante ou depois do sexo, continua se renovando. Isso muda hoje, e aqui eu deixo explícito: a partir de agora, esse amor que é muito engraçadinho, não prosseguirá, os tempos mudaram, eu não crio mais amor para o humor, eu quero criar um amor que não zombe de mim.