SOBARA É Presente

Sobara parou no tempo

Mas permanece em meu coração

Quebrado ainda se encontra o velho moinho

Os filhos não voltaram, permanecem longe

Das lembranças dos canaviais

E das grandes mangueiras.

Manoel Louro foi carpinteiro

Nos tempos antigos, tempos esquecidos

Em muitos anos um resfriado

Era o primeiro, fez o seu esquife

Após dias o tempo veio e ele se foi.

Seu Xisto viu sua quarta geração

Sua fala sempre a mesma sorrindo

Contava causos e histórias

Mas a sua própria ele deixou

Cravadas nos chão de Sobara.

Nu porque assim quando criança

Ele andava nu, o menino

Calmo, tranquilo e contemplativo

De olhos atentos e vivos

Era a próxima esperança

De um legado de tantas histórias

E de uma única herança

Da comunidade de Sobara.

Eras, tempos, anos e distâncias

O mesmo chão pisado em círculo

Marcado, permanece cavucado

Pelos pés dos homens ,pelos cacos dos animais

O iglu de barro vermelho batido

Era assadeira de todo o pão

Sobara é remanescente e presente

Sobara é história cheia dos canaviais

Do suco das prensas e o suor dos animais

Das farinhas movidas nos tachos

Pelos fortes braços escravos dos homens

E pelos firmes cascos livres dos animais

Sobara é presente e um presente

A alma de Sobara resistiu aos tempos

As crianças levam em seu destino sementes

Da esperança, do amor e da paz

Um legado e uma história

Deste e de outros tempos

Nas músicas e nas danças

Lá em Araruama de São Vicente

Sobara é um presente

Nos costumes e na força

Sobara está presente

Sobara presente dentro da mente.

Hugo Deff
Enviado por Hugo Deff em 03/04/2016
Reeditado em 02/01/2018
Código do texto: T5593436
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