Não sei...
Qual tempo a gente tem
E nem, se valeu à pena também
Brinco tão sério que até rio meu bem
Lágrima secará em meu rosto ano que vem
Poema que alma guardou, verte
Quem sabe assim se conserte
As conjugações erradas, inertes
Bocas secas, e olhares vidrados em flertes
Fretes da vida sendo pago com dores
Não vi, não cheirei, se vieram flores
Despetalaram, perderam suas cores
Foi no último inverno, vento e autores
De livros e linhas suaves e rudes
Incógnitas vendáveis, amiúde
Páginas amarelas em esquecido açude
Seco, de ventos sem dó, mostrando a nudez.