O tempo ruge
Este Tempo que tanto ruge
Que parece ter cada dia menos horas.
Esta ansiedade de tudo estar resolvido até o anoitecer.
Estas despedidas tão rápidas que nem parecemos mais ser amigos, irmãos ou parentes.
Estes beijos tão fugidios que nem parecemos mais ser de um relacionamentos amoroso de um para o outro.
Estes abraços apressados que nem apertados mais são de amigos para amigos.
Tanto para falar
E o tempo parece tão pouco.
Tantos não estão mais aqui para nos escutar
E com eles queríamos ainda dar risadas, trocar confidências, falar do nosso amor por eles e jogar mais conversas para dentro dos nossos corações.
Mas não tem como voltar no tempo
E aquelas emoções declaradas, ensaiadas tanto.
Ficam aqui guardadas cada dia com mais pó sobre elas.
Foram desculpas para nós mesmos.
Foram tantos devaneios, tantas coisas mais importantes.
Tanta preguiça para caminhar um pouco mais longe
Correr um pouco além.
Olhar para o outro lado também.
Ficar mais um pouco.
Lembrar de alguém naquele cantinho aonde esperava por nós para só um pouquinho falar.
Aqueles manhãs e tardes passaram voando.
Complicada esta vida
De progresso atribulado, compromissos a todo o momento.
De tanto querer mas por preguiça, depressão deixar esquecer.
Foram tantas desculpas esfarrapadas e agora se arrepender.
E agora é escrever, como se ainda ouvisse um perdão voltando no ar.
A Vida é assim, vaidades e egoísmos demais destroem o nosso coração.
Fica uma sensação estranha de deixar tudo para amanhã. Será?