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epois de... (EC)
 

Amadurecer?
Não soube bem...
Acho que nem sei,
Ou então não me convém.
 


 
Juízo?
Talvez, um dia tive...
Mas depois de você,
Deixei o certo, pelo improvável,
Abandonei em um canto até,
Busquei o desconfortável,
Segui, à toa,
Caminho qualquer...

 
 
Larguei o conforto e a boa mesa,
Troquei a placidez pela aspereza,
Quis enveredar outros rumos,

Corri perigo, me atirei em rios de incertezas.


 
 
                                                   



 
Depois de você,
Me faltou vergonha,
Fiquei sem parâmetros,
Sem portas nem janelas,
Absolutamente superlativa,
Inconsequentemente impulsiva,
Absorta, solta, flutuante,
Ausente, de mim distante...

 

 
Se me perdi?
Me perdi, e me achei,
Em labaredas, me queimei,
De mim, me mudei,

Habito em ti...

 
 
E o juízo afinal?
O que fora coerência, vento soprou,
Sem crise de consciência,
A razão se acovardou.
Prudência?

Nem por clemencia!
Transgredi e me transpus,
Do ajustado, fui ao que seduz.
 


 
Mandei as favas certas retóricas,
O preconceito e a hipocrisia,
E só uma coisa sei:
Segui, me conduzi,

Por fora de mim, me senti.
Nesse íngreme acesso,
Em ruinas a se precipitar.
Onde me atirei,
Com pressa e sem ar,
No único horizonte a despontar,

 
No teu regaço, onde sei, quero ficar...
 

 
 
Juízo?
Pra que?

 


 





 





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Este texto faz parte do Exercício Criativo - Falta de Juízo
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Roseane Namastê
Enviado por Roseane Namastê em 28/03/2016
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