Ressuscita-te
A alegria da ressurreição de su'alma
A calma aparente, o sorriso do post
Vai lá a moça na casa vazia
Tenta esvaziar a tua mente
Mente para si, e para todos
Pinta os lábios, aberta o corpo
Se coloca no meio do povo e segue
Segue a doutrina e a ordem
Não sabe se faz por ela ou por eles
Não sabe por quem deve fazer
Réu das suas dúvidas e do copo
Dentro de si tem todos os conceitos
Pré conceitos concedidos por outrem
Réu do medo da solidão
E só em meio a estranhos
Mas tudo deve fazer para manter
Mas tudo deve fazer para prender
Aquele amor que não dá certo
Aquela sorte que não vem
Réu dos conceitos e estigmas
Com o agir planejado cada passo
Até o doce do chocolate não foi teu
Comesse por quem?
Pelo mel em tua boca
Ou pra se forçar a sorrir pra alguém
Interessa o porque e a razão?
O doce em sua boca é sentido em qualquer questão?
Afinal o que acrescenta m'alma, o que passo em vão?
Réu das escolhas mal pensadas
Ressuscitará tua alma sem propósito?
Renascer no fim do domingo
Sempre será uma farsa ou uma luta
Não se renasce o que não morre
Mata teu ser de mentiras menina
E se prepara para tua Páscoa
coloco a mais belas faces
Das mais belas roupas
Faço serenata pra solidão
Hoje é dia de Páscoa
Todos aqui já estão.
Coberto dos meus falsos sentimentos
Dos réus que dentro de mim estar
Sofrendo pela trama de não se mostrar
Inteiro por fora, meio por dentro
Aos prantos do tempo tá.
Páscoa dos réus meus
o quê realmente vou comemorar?
Dizem-me que é a esperança
Mas nada faço para mudar
Se o preto pobre morre,
O gay é assassinado
E o travestir na cruz simbólica é ameaçado?
Não condizem os discursos
O surto vulto de branco
Em cores senti
O doce amargo que é
Do sofrimento
Do tempo
Do Eu-SER
Amados-vos, És.
Ressuscitado.