DO AMOR PLATÔNICO (presença)
Então você está quase se conformando,
Faz um muro de 20 metros em torno de si,
Uma ponte levadiça com um fosso e jacarés,
Põe os melhores flecheiros em cima do muro,
Sobe numa torre sem escada e sem janelas,
Deixa espadachins lendários na base da torre,
Liberta duas dúzias de cães assassinos no pátio,
E começa a riscar na parede os dias sem vê-la,
Dai ela manda a mensagem: Oi, meu bem, tá sumido.
E nesta hora uma grande tempestade toma o céu,
E muitas águas se precipitam de forma ininterrupta
E um furioso vento do Norte dá contra os muros,
E centenas de raios incidem sobre o castelo,
E um terremoto abala a terra... derruba a torre...
Deixando você entre escombros e corpos...
E na lage desolada o frio cortante da solidão,
Atravessa tua alma, devora tua existência,
Mas de súbito você a vê caminhar pelo pátio,
Vira-te as costas...até se tornar borrão no horizonte,
E você percebe que ela estava na torre contigo,
O tempo todo imperceptível...etérea...invisível.