Amargo doce de rio lama

Patrono braço de conquistas

Dessedentou do seco, sertanistas

Revestiu de preciosidades, pobres d’Alma,

Libertou da miséria, ribeirinhos

Contentos no labor

E paz das lavadeiras

Que coaravam roupas e inocência no rio de todos

Dali assuntavam exploradores leais

Pedras, minérios e sonhos

Nas encostas de entalhar olhares

Sob o sabor que o Doce erigiu

Jazigo, lágrima, saudade

No rebuliço vivo das redes, robalos sobre tilápias

Fartura de mesa enfeite prosa fiel

Prece por longos dias gratos a Deus nosso Senhor

Nas noites regadas a calmaria

Pesadelo

Que dor

Morte ao mar doce

Ferido foi o braço que embalava vida

A avareza vomita rejeitos de acúmulo sôfrego

Poluindo a dignidade de tal imponência

Rasgada pela dor dos filhos silenciados pelo horror

Chora, Doce, o amargo caminho de lama

Como a mãe sem leite para suas crias

Foi-se tua magnitude

Olhos á teu caos

Outrora esplendor

Banhada de lágrimas sobrou tua história

Em livros, memórias, poesias e causos

Para paliar a dor do peito de quem um dia te RIO

Débora Peixoto
Enviado por Débora Peixoto em 27/03/2016
Reeditado em 01/04/2016
Código do texto: T5586570
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