Sobre mim
Sobre mim
Derramarei meu espírito no mais alto grau de confissão
Para que meu ego saiba como sou um bonachão,
Só que nunca suportei face da presunção.
Eu mesmo tenho fugido do meu destino final,
Que é ser dono do mundo de um modo desigual,
Não tive amor nem dinheiro, só falta do que fazer,
Ganhei as dores da vida porque não soube viver.
Ainda falta-me muito na terra a realizar
Vencer o medo da morte e o perigo de voar,
Navegar por entre mares nas profundezas do chão
Cavar em busca da vida que perdi em discussão,
Saciar o meu desejo e a sede do coração.
Falta-me beber o vinho das loucas noites de paz
Abraçar um corpo livre das covas, dos ideais,
Embriagar-me com um sorriso do anjo mais pertinaz
Enfim ter o meu quinhão, ser dono de um amor veraz.
Brasília 17/11/2006