Ambíguo
 
A dor em amor obscurecido e o sarcasmo enlouquecido fazem parte do meu ser ambíguo...
Lado a lado o palhaço bandido e corvo vingativo...
Mas há uma luz que pode ser capturada
Um riso e suspiro de alívio resgatado do mar salgado, nascido das lágrimas que aprendi chorar para dentro...
Há em mim a paciência do monge e a fúria do dragão guerreiro...
Sou humano e supero a minha humanidade no embate com meu medo...
Há um mundo no mundo de meus entreveros...
Ninguém acha o caminho...
Pois a ambiguidade de meu ser tem tantas faces e todas são expostas, pois me escondo me revelando ao cegos, vez por outra ciclopes me enxergam e me assustam...
Há em mim o palhaço bandido e enlouquecido e há o corvo vingativo.
Mas entre os dois existe um meio...
Em minhas reticências há mais que funestos desejos
Há sonhos de infância devorados pelos demônios que se escondiam embaixo de minha cama...
Dessa queda não tenho salvação... Já sou peregrino da noite, um triste palhaço que se faz o louco do tarô, mais que o coringa do carteado...
Já estou morto, um espírito que cansou de vingar o amor nesse caminho estreito.
Olho o céu, sorrio, com a estranheza de quem a tempos não sorri.
-destino embusteiro... Mas é impossível, não pode chover o tempo inteiro-
Noah Aaron Thoreserc
Enviado por Noah Aaron Thoreserc em 26/03/2016
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