Pensamentos XXXIV
Arrependo-me quando falo o que penso sobre algum assunto se ninguém pediu a minha opinião. Sinto-me desanimado, enganado por mim mesmo, traído. É o pensamento se culpando, sendo um efeito da causa de agir com base em impulsos, criado pelo próprio pensamento no momento em que me distraio e identifico-me com o que sei, e para mostrar-se ao mundo como a imagem de alguém que sabe, do que penso que sei - falo, falo, falo...
Ninguém quer saber o que temos para dizer se não nos perguntarem, nem mesmo nós sabemos o que queremos dizer quando, no impulso involuntário de falar, inconscientemente não estamos preocupados com o que está sendo dito, e sim em simplesmente balbuciar palavras para trazer a existência um reconhecimento. Mas reconhecimento de quê? Para quê? Uma imagem, uma fanstama, uma ilusão, se esconde por debaixo das palavras, quer ser reconhecida pelo que pensa que sabe, quer ser percebida, quer objetivar-se na sua subjetividade...
Expor sem condições é mentir para si mesmo.