A MUSA DESVELADA...

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Amada lua, é chegada a minha hora - os deveres dos astros de outrora. Eis a terra que o crepúsculo banha, a cor do sol no poente, púrpura cor de um rei que sente.
Parto no embalo do vento, como folha seca em silêncio,  resignada. Meu olhar solar me denuncia um caminho - solitário e triste, o ocaso que em mim insiste.
Na distância entre minha partida e tua chegada, entre o céu e o firmamento, enxergo-te surgindo paraíso adentro.
Parto deixando-te com a cor do feitiço, subindo latitudes a caminho do teu nicho.
Em silêncio te olho e vejo magias refletindo em teus olhos que me contagias.
Do outro lado do mundo, em vez de noite,  já é dia,  e meu coração solar sente que apenas de um lado brilha.
Olho ao meu redor e nada vejo, não há lampejos de estrelas, a me piscarem como beijos.
Obediente no caminho que percorro, sigo os graus à risca, voltando desse ponto novamente, descendo no oeste do poente.
Quero encontrar-te lua, gritar-te ao vento!  Mas a manhã teima em chegar mais cedo.
Apressada se vai, sem asa alguma, ansiosa por estar inoportuna.
Fecho os olhos e ainda vejo uma galáxia de desejos. Vem daí que minhas mãos, não se contentam mais com um simples esbarrão.
Meus sonhos querem lhe beijar, como posso Senhor, este desejo suportar?
Sentes lua, o fulgor dos meus beijos? O luar do primeiro desejo?
Vem lentamente, ó meu Éden!
Para os meus lábios que ainda não te conhecem.
MIRAH
Enviado por MIRAH em 09/07/2007
Reeditado em 21/08/2015
Código do texto: T558060
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