Paisagens da Alma XV
Noite tranquila, estou calmo, sinto a leveza como a tranquilidade com a qual a vida que se desenrola, espontânea, no campo escuro que dorme na escuridão da inconsciência iluminado pelos vagalumes. O dia dorme esquecido na gaveta de Deus, nas estrelinhas os homens tateiam no escuro esquecidos de esquecer, caem no saco sem fundo da mente que insiste em reviver...
A noite vai indo embora lentamente, ainda há chão até amanhecer, sinto tudo escoer pela ampulheta do tempo que, imóvel na sua forma que os grãos amontoam, sustenta a existência das formas que escorrem como grãos de areia, e que nunca acabam.
Gira a roda e os grãos também giram.
Nada acaba. Só se movimenta - modifica.