[04h40 - Cantares na madrugada]
O canto dos galos perdendo-se ao longe não é triste; apenas acorda lembranças dormentes. Na minha mente, junto o meu canto à música dos galos... Inevitáveis epifanias em nossos cantares...
Ah, esses galos... Este meu canto e o deles — para quê? Nada... Engana-se quem pensa que o nosso canto é triste; nós somos perversos — temos a capacidade de instilar tristezas! É só mais um dos jogos da vida.
Um certo incômodo, uma indisposição estomacal, me diz que, [in]certamente, eu vou somar mais um dia na minha conta. Vivo assim, a esmo... Mas só uso camisas brancas!
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[Noites do Desterro, 05 de março de 2016]