A noite

Quando a música acaba e as pessoas vão embora, quando o bar se entristece e as luzes se apagam, quando a harmonia das vozes ambulantes e das latas de cerveja arrastadas pelo chão cantam a solidão dos meus dias, uma faca perfura lentamente meu peito. Pois todos estão se despedindo e você não voltará comigo desta vez.

Eu sangro devagar, e no meu sangue eu vejo o teu semblante que há tempos disse adeus. A noite sempre me chama para uma busca ao tesouro, difícil é saber que o pote de ouro nunca estará no fim do arco-íris. Meu hálito amargo e minhas pernas dormentes me guiam para um lugar onde eu não sei, eu procuro você na volta pra casa, em cada esquina, em cada rua que passamos, mas você não vai voltar comigo esta noite. O seu nome é uma bala perdida que me atinge e me faz relembrar o vazio que já vive em mim. Abro a porta do quarto e sinto o cheiro das noites que iluminavam meus dias...

Hoje é tudo escuridão.

Henrique Miranda
Enviado por Henrique Miranda em 13/03/2016
Reeditado em 19/03/2016
Código do texto: T5572793
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