MAIS QUE LEMBRANÇAS...

Não digo que meu coração te esqueceu...

Até porque por tanto tempo me aqueceu...

A mera sensação de que te possuí...

E que preenchia quaisquer espaços...

Qualquer possibilidade de vida alternativa...

Na qual destino era sonho único,  indivisível...

Embora tão possível, me sentia8 liberto.

Hoje, neste solto limbo...

Onde nada chamo de certo...

No qual meu destino é espectro...

E nele minha alma vaga...

Sinto o peso do nada...

E o que antes era destino...

Hoje não passa de sonho...

E veja que uso outro conceito...

Embora para o mesmo desejo...

Aos sentimentos tão preso...

Mesmo me definindo por vazio.

Não há forma conciliatória...

Nesse desatino que agora aflora...

Nego-te em mim a toda hora...

Mesmo sentindo teu cheiro...

Mesmo ouvindo teu gozo...

Como tivesse esse poder...

Da tua presença me desprender...

Como quem joga uma flor fora...

E de forma despretensiosa...

Outra pudesse colher.

Não! Não digo estas coisas em vão...

Guardo-as nesta alma pesada...

Guardo-as com aquele peso do nada...

Que me cansa a mente...

A mesma que me desmente...

Quando  à  alguém digo ter te esquecido...

E no quarto não mais aquecido...

Despeço-me todas as noites...

Perguntando a mim mesmo...

Onde andarão teus beijos...

E qual a razão pela qual me permito...

Aos outros dizer ter te esquecido...

Quando me és  mais que lembranças.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 13/03/2016
Código do texto: T5572018
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