A BATATA DOCE
Esquecida no fundo da fruteira ela lutava para não perecer. A princípio olhei-a de soslaio, e segui. Num lampejo estanquei meus passos, voltei, e olhei-a de mais perto, vi alguns brotinhos mirrados, saudando a vida. Foi o suficiente. Me compadeci dela.
No armário resgatei um recipiente, coloquei-a dentro, junto com pequenos pedacinhos de madeira, e dei-lhe água. Depositei o vaso improvisado, sobre um móvel, que recebe a luz do sol.
A correria diária me fez esquecer dela. Até que certa manhã ao descer as escadas, e chegar ao holl de entrada, ela me dá um sonoro bom dia. Nesse momento, foi-me impossível não notá-la. De fato, quase não a reconheci, os brotinhos acanhados, haviam ganhado porte, e folhas.
Ela parecia radiante, com os filhos que havia concebido. Depois de admirá-la por alguns instantes, fui em busca de hastes rígidas e pequenos araminhos, para ajudá-la a sustentar, seus robustos rebentos, que teimavam em lhe escorregar do colo carinhoso.
Depois do trabalho feito, olhei-a novamente, e (loucura???) parece que a ouvi sussurrar um fundo agradecimento.
(Imagem: Lenapena)
Esquecida no fundo da fruteira ela lutava para não perecer. A princípio olhei-a de soslaio, e segui. Num lampejo estanquei meus passos, voltei, e olhei-a de mais perto, vi alguns brotinhos mirrados, saudando a vida. Foi o suficiente. Me compadeci dela.
No armário resgatei um recipiente, coloquei-a dentro, junto com pequenos pedacinhos de madeira, e dei-lhe água. Depositei o vaso improvisado, sobre um móvel, que recebe a luz do sol.
A correria diária me fez esquecer dela. Até que certa manhã ao descer as escadas, e chegar ao holl de entrada, ela me dá um sonoro bom dia. Nesse momento, foi-me impossível não notá-la. De fato, quase não a reconheci, os brotinhos acanhados, haviam ganhado porte, e folhas.
Ela parecia radiante, com os filhos que havia concebido. Depois de admirá-la por alguns instantes, fui em busca de hastes rígidas e pequenos araminhos, para ajudá-la a sustentar, seus robustos rebentos, que teimavam em lhe escorregar do colo carinhoso.
Depois do trabalho feito, olhei-a novamente, e (loucura???) parece que a ouvi sussurrar um fundo agradecimento.
(Imagem: Lenapena)