Alma de poeta

Quando escrevo poemas não penso.

Minha alma escreve.

Tudo vem tão repentinamente, que em alguns momentos acho não ser eu a dona dos versos.

As palavras fluem espontaneamente, não se esgotam.

Esse contato com o mais íntimo do meu ser me deixa viva.

Sinto que se assim não fosse talvez já tivesse sucumbido às vicissitudes da vida.

Tenho vivenciado alguns dissabores.

Alguns com amores.

Muitas vezes amores fantasiados, outros apenas sonhados.

Amores reais.

Aqueles que não desejo mais.

Sei que meu coração suporta muito mais do que devia.

Mas ele é assim.

Como dizia minha mãe, um “saco sem fundo”.

Tenho uma capacidade de amar, compreender e perdoar, que supera a razão.

Não sou razão.

Sou poeta.

Ganho admiração por tudo isso.

Mas quero mais da vida e das pessoas.

Quero poetas como eu.

Que vivam mais a alma do que o corpo.

Que amem, o tanto que a tolerância alcança.

Que sejam assim, como eu sou:

Invento, crio, sonho.

Não penso.

(Para Pedro, cujas palavras provocaram o poema)