S(M)orte de Júnior

Júnior era um menino bonito

Júnior brincava, afinal era criança

Aproximadamente, tinha uns 12 anos

Júnior sorria muito

Júnior queria se casar

Sim, seu sonho era casar

E aos 16, Júnior casou

Ele viveu, ele morou

Mas logo, Júnior se separou

Júnior era poeta

E ele queria casar com apenas uma mulher

Júnior, não tinha inspiração

Até que naquele porão das histórias,

Que era seu guarda roupas

Júnior se deparou

Os seus poemas, Júnior achou

Júnior nem ligou

Mas em sua pasta Júnior guardou

Em um grupo de poetas Júnior adentrou

E Júnior, que se revoltou

Se revelou

Ele fazia de historietas

A trilogia bem porreta

E Júnior

Conseguiu

Seu livro produziu

Júnior se superou

Seu solo estourou

Júnior se estruturou

Júnior se formou

Foi ser professor

Júnior se especializou

E então, Júnior ganhou

Ele viajou

E foi apenas criticar

Para editora trabalhar

Júnior, mas uma faculdade fez

Estudou mais uma vez

Júnior foi ser medico nas horas vagas

E seu hobby exercitava

Logo Júnior saiu do Brasil

Seu mundo, Júnior construiu

Júnior se apaixonou

Mas Júnior não casou

Ele só namorou

e esse não durou

Júnior foi titio

Seu mundo se abriu

Júnior foi ser ator

Logo era professor

Seu mundo retornou

Mestre, Júnior se aplicou

Entretanto, começou a dançar

E lá vai Júnior se especializar

Uma nova área aventurar

Então Júnior sorriu

Seu mundo caiu

Em suas próprias mãos

Ele o moldava

E tudo funcionava

Júnior perdurou

E na novela atuou

Sendo o professor de dança

Seu hobby? Continuou

Júnior operou

Sim, virou cirurgião

Júnior fez aula de canto

Sua voz era um encanto

E então Júnior se promoveu

Sua atuação engrandeceu

E virou diretor

O povo o premiou

E no hospital, Júnior perdurou

De ator, Júnior fez feliz uma atriz

Que quando o avistou

Ela o desejou

E Júnior não brincou

A dirigindo Júnior

Se aproximou

Dela, Júnior, um beijo roubou

E então, Júnior namorou

Júnior casou

E na lua de mel, ele estava no céu

Desfrutando de toda luz que à lua o conduz

Júnior se avistou sendo um pai

E se tio já era um rio

O pai seria o mar

Júnior começou a chorar

E viu que estava feliz

Júnior era diretor

Mas logo se separou

Seu sete ele montou

Sua escola fundou

Seus dançarinos abrigou

Suas poesias editou

E seu décimo livro, Júnior lançou

Júnior era famoso

Mas Júnior não esquecia

Que o que promoveu-o foi a poesia

E ele ainda sentia

Toda magia

Júnior foi pai de mais dois

Eram gémeos e puxava boi

A vaquejada

Por ele abominada

Foi escolhida

Por seus filhos seguida

E ele numa sina

Sua filha ele ensina

Ele queria a ver

Copiar o seu viver

Júnior era adulto

Tinha lá seus 30 anos

Júnior era maduro

E estava sem sofrer

Júnior era rico

Júnior ia crescer

Júnior mesmo experiente

Era sorridente

E foi consciente

Uma agência procurar

Foi ser modelo

Puderam o aceitar

E na passarela estava Júnior a desfilar

Lembrou da infância que a rejeitar

Tal profissão não se dedicar

Júnior fez sucesso

Até pausar

A sua carreira amenizar

Mas Júnior ia ao hospital

E lá há de ficar

Pois num exame Júnior pode detectar

Que algo errado, em seu corpo ia habitar

Com seus 40 anos

Mas pronto para viver

Mal sabia Júnior que poderia morrer

E sem nem tempo pra pensar

Júnior pôde se deparar

Júnior sofreu, rápido

Júnior se impressionou

Ele nem se preparou

Júnior! Nem tempo restou

Com toda sua sorte

Ele avistou, cedo, a sua morte.