Me Ensinando a Amar
Saudade já não me cabe mais, no peito agora cheio das margaridas do teu amar.
Eras tu menina antes mesmo do meu pensar, mesmo assim eras o meu amar.
Na fonte viva desse meigo olhar, no ocultismo do sondar, eras ainda a menina do meu amar.
E mesmo que menina não fosses, és tua cantiga ao luar, na voz antiga do meu amar.
Pois leve brisa me disse no cuidar, da noite fria crepuscular, que uma menina eu ia amar.
E foi leve encanto ao encontrar, nos sonhos meus do desdobrar, essa linda menina que eu vim amar.
Nela eu sei que ainda está, a coragem antiga do desbravar, essa luz materna em te amar.
E se algum dia ela precisar, de uma amiga para ajudar, eis minha parte em sempre à amar.
Não Foges ainda ao meu pensar, quando a preocupação vier no coração morar, eu mãe zelosa ei de ser, virando as noites até o entardecer, porque ei de ser aconchego, peito aberto e sem medo, para contigo afagar as dores da vida que vão desabar, sim! Minha filha! Eu ei de te amar.
Já tarda a rima a chatear, aqueles que não entendem todo o meu ar, mas é que agora é tudo lar, nesse meu sentimento de te amar.
E não te esqueças nunca de esticar, os braços firmes a me procurar, mesmo quando a neve os teus cabelos assombrar, e os caminhos invernais na face te enfeitar, eu ainda irei te pegar nessa minha melhor função de te amar.
Ainda quando o sepulcro eu não puder evitar, e meu corpo no túmulo descansar, sorria pra mim com o que eu vim te ensinar, era o que o Mestre estava a pregar, estamos todos aqui para amar.
2 de março de 2016
Prosa poética para minha filha Luísa