Sobre correntes...
E você quer cegar os sentimentos,
apagar teus momentos,
sufocar as presenças,
E você que pensa esquecer os seus
E pensa que existe substituição
E você que se deixa guiar
que se deixa
fazer
que se deixa deixar de existir
E você que se acorrenta, que tenta
que pensa que se reinventa
E você que quer entender
que vive de porquês
E você que quer recriar os castelinhos de areia
que diz que odeia, mas recria mosaicos
nos quintais das lembranças
E você que em casa diz que se vê
E você que vive sem razão e sem porque
reflexo de tudo o que passou, reflexo do que não volta
vive as voltas com o desamor e se posiciona distante
E você que nos sonhos és viajante
E você que acredita piamente em um ser humano
"diferente"
Quero dizer:
A vida é agora, há chuva e sol lá fora
O teus carecem e perecem sem ti
ninguém é insubstituível
mas,
ninguém é substituível
teu coração ainda pulsa vida
não se acorrente
tua alma é livre
e Deus a compreende
Castelinhos de areia são perecíveis
Retira de ti essa ideia
de que estás na teia
que não há solução
Viva!
Vivas e convivas enquanto há tempo
Deus te compreendes
e não há futuro
A vida meu eterno é agora
Viva!
Depois é arrependimento na derradeira hora.
Brasília - DF 2016.
- Do imaginário poético.