Parêmias no Parnaso
Aos mutilados e decapitados da última guerra geral das almas in-vitro; desconsiderar tudo que está escrito abaixo. Entrementes, em torno do chafariz vazio há um eclipse, mártires, mentiras e martírios,
Sagres sangrando sacrilégios, a Caravela-mor inda menor de idade, porém, Cabral cabisbaixo tangendo a carruagem dos corvos no meio do milharal. Ora, a orla de paralelepípedos, vocábulos sem arrimo, rimas inúteis, portões goela abaixo, poema e pocilga tudo na vala imunda.
Doce mar-morto amamentando as vísceras dos náufragos desossados pela onda secreta. Sim! outras ondas hediondas, onda do peixe canibal, dos embriagados, dos bacanais. Eis os rastros! insalubre memória do Poetastro, nulidade dum vagabundo nas traqueias do Nilo-azul, sorriso amarelo, só e sem razão, atado ao estribilho absurdo.
Ah quantas léguas da seara ao Ceará? no lombo duma égua parindo grilos. De fato um grilo coxo, pútrido ao nascer vivo, pudico ao nascer morto. E daí? o grilo é meu ou é teu? Cismou o ateu caído no celibatarismo.
Assim não dá!? Ateu celibatário? agora se bate a dupla cachola no mesmo esqueleto, vosmecê na garoa, tu rindo à toa, todos na mesma canoa. Enfim, a trilha de ferro ao fundo mostra-nos o rumo; está na placa: O inferno é pra todos! desconfia-se que o dito seja de Dante, não adianta adentrar na escadaria para o céu jaz enferrujada.
Enferruja-se também o tinteiro, a pena, o papiro; vagueia o Marujo na falta de concreto no muro, sobram lamentos. Pois caolho e maneta com um pé no queixo, ontem se desgarrou da ponte que leva a nenhures, hoje se envelopou na arca de Noé, eras depois, nunca mais visto a olho nu.
Dúvidas? dubiedades do Druida, doce-droga nessa verdade dúbia, daí criptografia das criptas, pentágono sob pedregulhos, linha e agulha, monólogo dos inocentes, vã biografia na substância do pensamento. Duvidai senso meu de qualquer mapa-múndi!