Ébano
As mãos ásperas já acostumadas tocam o ébano sem mais aquele primeiro toque de descoberta. A vida dentro do tronco ainda pulsa forte, mas por tanta chuva e vento que já pegou, criou cascas duras, fortes, quase impenetráveis. A rédea que prende e sufoca faz os pulmões se acostumarem com a falta de ar.
Suspiro.
O sol forte não queima como antes, as cascas negras protegem lá dentro.
Natureza formidável que me mantém firme e indo ao céu. No brilho refletido do luar me pareço uma sombra sem vida, sufocado pela luz do dia. A seiva protegida pulsa sentimentos que ninguém mais vê e cada folha que brota é uma amizade com medo de ser amor.