Reflexão

Os meus amigos, todos, sem exceção de um que seja, me parecem presentes que a vida, sem que eu tivesse pedido, e por benevolência somente dela, me ofertou. Não sei se com isso posso me julgar bom ou ruim, mas sei, sem que com isso me pareça um demagogo, que de tudo que sou, bom ou ruim, tudo se dera e se dá, conforme os mais elevados sentimentos. Aliás, nem acho que julgar pela régua do bom ou ruim, seja a melhor medida. Como sabemos há tantas réguas e tantas medidas que fazer a escolha da melhor, em si, já não indica nada de imparcialidade. Então, para que não incorra nessa armadilha, faço assim: entrego-me, de corpo e sem alma, e vou errante, andarilho, sem destino. Só vou. Só sigo minha estrela, meus amigos e todos, sem exceção, que cruzaram meu caminho e que, talvez sem saberem, deixaram, nesse peito e nesse coração, já vivido, e também um pouco cansado, as marcas que nele grudaram e fincaram raiz e fincaram vida. Só isso.