Jardinagem

Quando começamos as aulas de jardinagem, plantamos flores nos jardins do mundo e vivemos como se todos os jardins fossem nossos!

Quando aprendemos a podar, cuidamos das flores, para que cresçam e vivam, ou as matamos de tanto ceifá-las, acreditando em replantios de espécies escolhidas por nós ou em desertos. Aqui começam as primeiras evasões da escola de jardinagem.

Aos que insistem em ser jardineiros, quando entendem - ou os fazem crer -, que devem plantar seu próprio jardim, escolhem as flores que querem ver florir na primavera. E cuidar do jardim, diariamente, passa a ser a mais difícil e honrosa tarefa.

Quando vem a primavera, o jardim floresce e irriga os ollhos do jardineiro. Todos os seus sentidos contemplam a floração. Em algumas moradas, todavia, a terra está lá, seca e árida, carente de umidade e das sementes que não foram lançadas.

Dentre os que abandonram o curso e a prática da jardinagem, alguns se confortam com a esperança em novos ciclos; outros retomam as aulas e passam a plantar, sem se importar se assistirão ao jardim florir; há quem se contente em roubar as flores do jardim alheio e aqueles que permanecem acreditando que, florido ou não, a terra, o espaço para plantar o jardim, era só um lugar, no tempo ou fora dele.