RE FLE XO
- Contemporaneidade...
...afasta de mim essa câmera que rouba meu
momento
...afasta de mim essa lente que interfere no meu sentir
que não me permite viajar nas emoções de estar
Afasta!
Objeto bendito que me deixa aflita....impede que eu reflita deixando que o instante passe e que me afaste do sentimento em mim...
Afasta...
esse roubo que me embaraça...essa vaidade que é traça...esse desespero em retratar em vez de sentir.
Quero brisa na cara....e não a sua estética na tela...
Quero a água fria da cachoeira na pele e não somente a sua imagem petrificada
Quero a energia dos céus e não a sua energia rompida por essa fantasia que a imagem congela...
Quero a vida que lateja...que é vida que permite, desmistifica,que arde feito sol na pele que bronzeia
Quero a gargalhada que esquece a necessidade de está em público
Quero o gosto da bebida que me alegra e me convida ao beijo, ao gosto e a vida...
Quero que a vida em mim e em ti lateje...não quero estar apenas...
quero Ser, quero ver, sentir, viver...
Quero que tudo em mim seja vida
Quero Ser inteira e não pela metade.
Afasta! -
Brasília - DF fevereiro de 2016.
- Do imaginário poético.