"Recanto mineiro" OST Lisy Telles
Um sabiá no telhado
Um sabiá no telhado.
Olho pela janela: Num galho do hibisco, na cobertura dos fundos de minha casa, um sabiá fez morada. Ofereci-lhe mamão e laranja, embora saiba que ele prefere a ração dos cachorros, que pega sorrateiramente. Não há gaiola ou grades que o impeça de ir embora, mas ele sempre volta após voar aos altos galhos da árvore próxima. Não fez ninho, nem tem companheira. Vive só. Canta para marcar território e chamar a fêmea, que não aparece. É um solitário...Eu, de longe, o admiro e aprecio seu canto.
A noite passada choveu. Fiquei imaginando que o sabiá estaria abrigado embaixo do telhado, entre os galhos do hibisco que cresceu, aleatoriamente, em lugar improprio e sombreado. As flores do hibisco são dobradas e de um vermelho vivo, que em contraste com o verde das folhas chamam atenção. Porem, poucos param para apreciar tal encanto.
Há tanta beleza à nossa volta! Por que deixamos de observar o que nos é oferecido naturalmente e lutamos para conquistar o que é material e ilusório?
Vou ao jardim. Sei que sou privilegiada por ter um jardim; agradeço por isso. Hoje, depois da noite chuvosa, há sol, pássaros, e uma leve brisa. Há também uma melodia no ar, e dois cães deitados preguiçosamente, alheios a passagem do tempo. Aliás, eles, os cães, não têm noção de tempo; isso é privilégio, ou castigo, dos Homens.
Hoje reina paz! Não será isso alegria?... Ou será só poesia?
Um sabiá no telhado
Um sabiá no telhado.
Olho pela janela: Num galho do hibisco, na cobertura dos fundos de minha casa, um sabiá fez morada. Ofereci-lhe mamão e laranja, embora saiba que ele prefere a ração dos cachorros, que pega sorrateiramente. Não há gaiola ou grades que o impeça de ir embora, mas ele sempre volta após voar aos altos galhos da árvore próxima. Não fez ninho, nem tem companheira. Vive só. Canta para marcar território e chamar a fêmea, que não aparece. É um solitário...Eu, de longe, o admiro e aprecio seu canto.
A noite passada choveu. Fiquei imaginando que o sabiá estaria abrigado embaixo do telhado, entre os galhos do hibisco que cresceu, aleatoriamente, em lugar improprio e sombreado. As flores do hibisco são dobradas e de um vermelho vivo, que em contraste com o verde das folhas chamam atenção. Porem, poucos param para apreciar tal encanto.
Há tanta beleza à nossa volta! Por que deixamos de observar o que nos é oferecido naturalmente e lutamos para conquistar o que é material e ilusório?
Vou ao jardim. Sei que sou privilegiada por ter um jardim; agradeço por isso. Hoje, depois da noite chuvosa, há sol, pássaros, e uma leve brisa. Há também uma melodia no ar, e dois cães deitados preguiçosamente, alheios a passagem do tempo. Aliás, eles, os cães, não têm noção de tempo; isso é privilégio, ou castigo, dos Homens.
Hoje reina paz! Não será isso alegria?... Ou será só poesia?