VIVENDO UM POEMA

VIVENDO UM POEMA
Prosa poética de VALDEZ JUVAL


O artista, poeta ou pintor,
se inspira para escrever um poema ou criar uma tela.
O leitor interpreta a obra.
A imaginação dele pode até transcender a intenção do criador.
A minha amiga e poetisa pernambucana Taciana Lemos
nos brindou, pelo Face, esta semana, com o seguinte poema:

“Areia que o vento soprou da tua boca
caiu nos meus ouvidos
Revelou segredos
Como o degelo dos teus invernos
E a quentura dos teus infernos
Cujas brasas permanecem
Alaranjadas
Queimando suave
No céu da boca de sorvete
Derretendo doce e ardida
Areia...
Terna, cúmplice,
Maldita!”


Senti essas palavras, vivendo o meu próprio instante.
Escrevi:

Como num sussurro,
cochichando ao meu ouvido,
ela me contou alegrias
e também tristezas
que amarguraram o meu âmago.
Não sabia o que dizer,
apenas fui terno e solidário com ela
porém, comigo mesmo,
amaldiçoei aquele instante.
Eu senti tudo isto.
Foi um queixume apenas.


Perdoa-me, Taciana,
por querer roubar teus pensamentos
e querer transformá-los
em meus sentimentos.
Parabéns pela tua obra.
Teu fã.
Sempre.
09.01.2016