Antes de cair o Sol

Quem sabe amanha de manhã, menos triste seja mais cordial. Mais tolerante comigo. É tão real o silêncio das paredes que não há unguento que alivie a dor.

Não haverá porque programar o despertador. O desespero pelo Sol não me deixará avançar o sinal. Às sete em ponto pulo da cama, às oito saio à rua. Encontro certamente as mesmas pessoas, os carros, os edifícios...Os olhos que nunca se afastaram de mim estarão me seguindo. Sem me ver, sem me sentir.

O dia será à prova de toda maldade. A liberdade afinal, me estenderá as asas e antes de cair o Sol, encontrarei um meio de essa noite não se repetir.