O Prisioneiro

Logo que chegou à prisão não teve muita sorte,

Foi maltratado, espancado e ameaçado de morte.

Colocaram-no numa cela individual, escura e fria,

Numa penitenciária estadual, sem qualquer regalia.

O rapaz, muito jovem, passa todo tempo a pensar:

- Com tão pouca idade, roubei, matei, tenho que pagar.

O rapaz quando foi por mim abordado , ficou paralisado.

Roubei seus pertences, documentos e algum trocado.

Em seguida, pensei, o cara já era, dei um tiro de perto,

Com dezoito anos, boa saúde, achava que era esperto

A polícia foi avisada, o local cercado, saiu tudo errado,

Fui desarmado, desmascarado e, em seguida algemado.

Minha família ficou aturdida, não entendia a prisão,

Era o caçulinha, não imaginava que eu era um ladrão.

Conversava entre si não acreditava no meu desatino,

Aumentou a aflição, quando soube que eu era assassino.

Fui informado que, ainda, não posso receber visita,

Acho que minha mãe chora muito, cada vez mais aflita.

Nesta cela, neste triste lugar, minha vida arruinei,

Destruí minha família e a família de quem matei.

Em juízo, por júri popular, sentenciado e condenado,

Agora, arrependido, estou completamente arruinado.

Tinha muita vida pela frente, estou perdendo a mocidade,

Minha longa condenação, vai acabar quase na 3ª idade.

Ah, como gostaria que tudo isso fosse, apenas, alucinação,

Que eu estivesse alegre, livre e solto, longe desta prisão.

Levar uma vida honesta, arrumar um emprego e trabalhar,

O crime não compensa, diz um antigo ditado popular.

Miguel Toledo
Enviado por Miguel Toledo em 18/02/2016
Reeditado em 28/02/2016
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