Pé de Poesia nasce em Salvador
Acontece de 14 de março (aniversário de Castro Alves) a 7 de abril (aniversário de Gregório de Mattos) as árvores de Salvador, ao invés de frutas, vão “dar” poemas. Durante esse período acontece o PÉ DE POESIA, evento que vai decorar com poemas as árvores de quatro praças em Salvador: Campo Grande, Sé, Piedade e 2 de Julho. Serão ao todo 500 poesias impressas em material especial (placas de PS), sendo que 400 são de autoria de poetas contemporâneos (em sua maioria baianos) e as 100 restantes fazem uma justa homenagem aos dois maiores expoentes líricos da Bahia: Gregório de Mattos e Castro Alves, cada um com 50 poemas. O projeto é coordenado pelo escritor e músico Fabio Shiva. Ao final do evento será produzido um vídeo com imagens captadas pela fotógrafa Fabíola Campos.
Inicialmente estava prevista apenas a participação de vinte poetas baianos contemporâneos, selecionados por sua produção lírica e participação ativa no cenário literário da Bahia. Com a excelente receptividade que o projeto vem recebendo, contudo, surgiu a ideia da presente Convocatória Pé de Poesia, que possibilita que poetas de todo o Brasil participem do projeto. Os interessados devem enviar um poema de sua autoria (com no máximo 22 versos) e uma foto com boa resolução para o e-mail poesianasarvores@gmail.com até o dia 01/03/16. Os melhores poemas enviados serão incluídos no projeto, com direito também a publicação no blog e na página do projeto no Facebook. Todos os poetas participantes receberão por e-mail a arte digital de seus poemas incluídos no projeto.
“A Poesia é necessária e vital como o ar que respiramos. Para muitos, que não percebem isso, tal afirmação pode parecer um completo desvario, no mínimo um grande exagero. Quem dera fosse assim. Mas a Poesia é tão fundamental para a sobrevivência humana no planeta como são as abelhas. Se a Poesia sumisse do mundo hoje, a humanidade não tardaria a se transformar em um imenso deserto de árvores ressequidas. Pois é a Poesia que mantém vivo o espírito humano. (...) Não deveria ser preciso afirmar aqui coisas tão óbvias. Mas não se iludam: é certo que a Poesia corre perigo. Submetidos ao constante dilúvio da superficialidade, trazemos o espírito cada vez mais embotado para o mergulho profundo exigido pelo olhar poético. No mundo inteiro, trezentos e cinquenta milhões de pessoas atualmente diagnosticadas como depressivas confirmam essa triste perspectiva: a Poesia está minguando, e com ela o sentido da vida.”
Fabio Shiva, no prefácio para o livro “Os Céus de Van Gogh”, de Thiago Prada (Caligo Editora, 2014)
O projeto PÉ DE POESIA é necessário e atual, justamente, por fazer um amoroso e lúdico convite para que as pessoas se recordem de que a Poesia existe ainda. E até mais importante, que a Poesia representa uma forma toda própria de enxergar o mundo, e que esse olhar poético pode ajudar o homem moderno a encontrar respostas válidas para suas muitas questões existenciais. As poesias que parecem brotar das árvores nos fazem lembrar que a Poesia é orgânica, em um mundo que se faz cada vez mais artificial. A leitura desse ou daquele poema, escolhidos ao acaso dentre tantos dependurados nas árvores, demonstram que a Poesia é fundamentalmente analógica, em meio a uma modernidade cada vez mais digital. E o mergulho necessário para a apreensão do conteúdo poético lido nas folhas impressas evoca a intensa profundidade da Poesia, em um cotidiano que exige mais e mais superficialidade.
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PÉ DE POESIA é um projeto selecionado pelo Edital Arte Todo Dia, da Fundação Gregório de Mattos (Prefeitura de Salvador), com apoio de Athelier PHNX, Servdonto, Artgraphic, Editora Cogito e Britto Serigrafia.
Fonte: Iteia