Repouso do Guerreiro

De uma gleba de terra íngreme e pequenina,

Com muitas flores e toda cercada de tela,

Construímos nossa chácara com piscina,

Parecendo uma bela e enfeitada capela.

No início, um pedaço duro de árido chão,

Foi muito bem preparado e adubado,

Agora um produtivo e amado torrão,

Com muito trabalho, tudo foi plantado.

Para corrigir as acentuadas inclinações

A piscina e a edícula ficam no nível do meio,

Foram programadas em três nivelações

E a terceira serve de descanso e de recreio.

Pela sua altitude é quase um planalto,

Rodeada de pastagens com criação de gado,

Com estrada de terra e longe do asfalto,

Tornando-se um lugar ameno e sossegado.

Há uma edícula e onze parreiras de uva,

Um pé de limão graúdo, laranjas e maracujá,

Para abrigar do sol, do frio e da chuva,

No local ainda não temos goiaba, caju e cajá.

Há, também, pinha e dois pés de acerola,

Maçã, pera, caqui e touceiras de bananeira,

Existem, ainda, duas árvores de carambola,

Jabuticabeiras, pitangueira, lichia e cerejeira.

Mangueiras, pessegueiro e limão galego,

Pitombeira, laranjinha, amora e mamoeiros,

É o nosso grande e precioso aconchego,

E, para completar oito pés de coqueiros.

Um espaço vazio que serve de terreiro,

Árvores ornamentais refrescam o ambiente,

Este recanto é “ o refúgio do guerreiro”

Purificando o ar de tudo que é poluente.

Para saciar a fome um bom pedaço de torta,

Acompanhado de um suco de graviola

O descanso muito nos apraz e nos conforta,

E como sobremesa, geleia de carambola.

Numa rede espaçosa, cochilo ou sono e profundo,

Ao som incessante dos insetos e do vento,

Sonhando com um calmo e novo mundo,

Logo vem o espertar preguiçoso e sonolento.

Vários tipos de pássaros ao redor habitam,

São logo bem acolhidos e alimentados,

Revoando em bandos sempre nos visitam,

Com quirera e painço oferecidos aos punhados

Sentados à sombra fresca da bananeira,

Ouvindo o gorjeio harmonioso das aves,

Quem se importa se é segunda ou terça-feira

Entoando cânticos contínuos, sonoros e suaves.

O pomar, com carinho e sendo bem cuidado,

Produz frutos, graúdos, macios e saborosos

Limpo, ensolarado, fertilizado e irrigado

De boa qualidade, tenro, doces e apetitosos.

O Sol vai se embora, a tarde chega de mansinho,

Vem a noite silenciosa, estrelada e enluarada

No inverno, logo aparece aquele friozinho,

Voltamos para casa “ cansados de não fazer nada”

Limeira, 17 de Agosto de 2007.

Miguel Toledo
Enviado por Miguel Toledo em 13/02/2016
Reeditado em 15/02/2016
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