Ser*
desconstruo-me perante tua ausência. fragmento-me em ternuras deslocadas, sinto-me fora da linha de tiro, balouçando razão e emoção, dependurada alma no varal desse horizonte que é meu olhar coração.
queria-me entre tuas sensações, tornar-me viva no teu punho e não apenas tremular suave no teu céu de ilusão.
o que sou se não apenas resquícios de cicatrizes de um vento soalheiro, da utopia que é chaga na minha linha, que faz-me sem ser, que faz-me desaguar afeto puro no teu olhar de anjo, sobre mim.
incrustação de luz, sonho ser palma a palma, um carinho dobrado, um sentir multiplicado, na andança que se estende no nascer do suor amoroso sobre o poema desenhado no lábio que te beija de longe e te é afago demorado.
-um caminho enraizado de desertos-
Karinna*