NEM TUDO PRECISA SER DITO.
Todas as vezes que ouço falar o que penso, assumo o risco de que o oculto do que sinto seja revelado.
Me quer sem máscaras, sem embalagem bonita, é, eu sei, já falamos sobre isso outro dia. E quando estou em silêncio você fala: Sumiu?!
Porém, vez em quando, convivo com o silêncio e essa convivência solitária tem me ajudado a desvendar o enigma que me habita.
Ainda que eu não goste desse silêncio, do seu silêncio, do nosso silêncio, com ele eu posso ouvir aquela boa música ou entender quão solitários são os portos.
Embarcações vazias, sozinhas, algumas até abandonadas são, outras sempre à espera...
por outro lado posso entender que o amor, um sentimento que me parece tão convincente, pode ser um impulso provocado pela vontade do instante.
Sou vulnerável às invasões do seu olhar, palavras, situações e atitudes e vez ou outra tenho a impressão que me perturba e diz que seu sorriso nem sempre é verdade no que diz. Então me pego sendo desconstruído pelos equívocos que tenho em meus pensamentos e expulso o que não me pertence.
Assim vou convivendo com essas invasões, antes de colocá-las nas estradas da vida, aprendendo que as palavras nem tudo sabem dizer e, mesmo que saibam, nem tudo precisa ser dito.