Desabafo de uma alma
Saí de dentro de mim. Nada tem coerência. Sinto-me tanto, mas não estou em mim. Esse mim, já existiu algum dia? Começo a esquecer de lembrar. Acho que tudo o que eu fazia era ter raiva, rancor... lamento ter me desperdiçado nos encontros mal ocorridos, nas palavras mal expressadas. Podia ter feito diferente. Queria tanto voltar.
Queria tantas coisas que nunca cheguei perto de ter. Queria experimentar as balas de coco, receita de minha avó, mas nunca aprendi a receita. Tinha tanta coisa que fazia valer a pena, mas não enxergava desse jeito.
Não conseguia ver o que vejo hoje. Se conseguisse um meio de voltar, faria diferente, correria mais, riria mais, encheria meu coração de flor, cavalgaria, cantaria, sem medo. Não teria tantos medos. Viveria.
Viveria de verdade. Se pudesse me libertar da escuridão que está tomando conta de mim, pouco a pouco, milímetro por milímetro. Ela estava longe,vem chegando devagar.
Não tenho esperanças de voltar para mim. Parece que quanto mais perto ela está menos me sinto. Não deixe que eu me perca no escuro.
Agora me corrompe, e vejo sem olhos que esse escuro é quase infinito, vi seu início, mas não acho que terá fim.
Dentro desses versos gritados peço que olhe para para si enquanto há tempo, não se deixe levar, seja feliz sem pensar, seja feliz sem olhar, seja tudo o que quiser ser, enquanto ainda há tempo para você....