Ausência de todo ser
Ora bolas, porque não sou esbelta como as modelos magrelas e sem graça?
E que graça tem em ser assim, como elas ou como eu?
E por que gostaria eu de ser como elas e elas talvez como eu?
E porque essa ausência da presença de algum contentamento em todo ser?
Que ser é esse que não sei se será?
Porque será?
Será que esse ser sou eu ou ser você me contentará?
E você será sempre assim e esse ser sempre lhe bastará?
O que há demais em querer ousar?
Ousar, usar e abusar, talvez.
Não sei.
Nunca soube.
Nem jamais saberei, quem sabe...
E se me ouso a ousar e assim me acostumar a abusar dessa ousadia?
Se for assim me basta ou se sorrir já irá valer?
E esse tal contentamento que ainda não achei busco sem saber ao certo se no fundo quero encontrar.
Não tenho nenhuma certeza que estarei um dia contente em ser o ser que sou.
Bastaria-me quem sabe a certeza de nada ser certo e isso é tão certo quanto o sol se pôr. Mais certo ainda é a eterna busca pela satisfação própria que todo ser procura.
E por tanto procurarem acabam por esquecer o que realmente são.
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Dezembro/2014