Ausência de todo ser

Ora bolas, porque não sou esbelta como as modelos magrelas e sem graça?

E que graça tem em ser assim, como elas ou como eu?

E por que gostaria eu de ser como elas e elas talvez como eu?

E porque essa ausência da presença de algum contentamento em todo ser?

Que ser é esse que não sei se será?

Porque será?

Será que esse ser sou eu ou ser você me contentará?

E você será sempre assim e esse ser sempre lhe bastará?

O que há demais em querer ousar?

Ousar, usar e abusar, talvez.

Não sei.

Nunca soube.

Nem jamais saberei, quem sabe...

E se me ouso a ousar e assim me acostumar a abusar dessa ousadia?

Se for assim me basta ou se sorrir já irá valer?

E esse tal contentamento que ainda não achei busco sem saber ao certo se no fundo quero encontrar.

Não tenho nenhuma certeza que estarei um dia contente em ser o ser que sou.

Bastaria-me quem sabe a certeza de nada ser certo e isso é tão certo quanto o sol se pôr. Mais certo ainda é a eterna busca pela satisfação própria que todo ser procura.

E por tanto procurarem acabam por esquecer o que realmente são.

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Dezembro/2014

LuaCosta
Enviado por LuaCosta em 20/01/2016
Reeditado em 20/01/2016
Código do texto: T5517437
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