Beija-me e serei feliz até a morte
Beija-me. Beija-me e serei feliz até a morte, respira-me o ar do teu hálito e vê por entre meus lábios a tua luz e o espaço do teu corpo que tateio enquanto as marés tremem e a terra desvirgina a lua como quem fala do sono dos mortos de fome de amor. Beija-me, explora-me entre a aproximação e os sentidos onde contigo o mar se perde em lonjuras. Se me pedisses, deixaria que me levasses para além das loucuras do azul dos frutos dos desejos onde já não há palavras e as sílabas murmuram teu nome, se me pedisses te seguiria onde já não se guarda o fogo e os dias incomuns regressam do ventre das estrelas pelos caminhos desse chão sem receio e sem respostas. Beija-me outra vez, amor, e escuta o silêncio por entre os lábios da doçura de um dia não findo e a nudez dos nossos corpos sem recusa, extenuados de outono e prazer. Beija-me mais uma vez amor e sela a promessa de uma noite de amor em teus braços, atlântico mar desesperado teus beijos, meus anseios e teus ausentes olhos de mim!